Sex, 05 de junho de 2020, 21:29

A UFS e a inclusão digital: o que já temos e o que ainda queremos
Artigo do reitor detalha ações institucionais de inclusão de alunos em vulnerabilidade socioeconômica

"Em 11 de março do corrente ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS), considerando o rápido ritmo de contágio da enfermidade causada pelo novo coronavírus, classificou a situação como pandemia. Diante desse quadro, já no dia seguinte ao anúncio, a gestão superior da Universidade Federal de Sergipe instituiu o Comitê de Prevenção e Redução de Riscos frente à infecção pelo coronavírus, cujas principais atribuições são subsidiar tecnicamente a gestão em providências a serem tomadas para a proteção da comunidade acadêmica e sobre medidas complementares que a UFS possa realizar no suporte ao Sistema Único de Saúde e à sociedade sergipana, em contexto tão complexo do ponto de vista sanitário, econômico e social.

Acompanhando o Decreto 40.560/2020 do Governo do Estado de Sergipe, a UFS suspendeu, em 16 de março, as atividades acadêmicas presenciais e instituiu a reorganização das atividades administrativas. As medidas, necessárias e recomendadas pelo Comitê de Prevenção, objetivavam proteger a todos, evitar aglomerações, deslocamentos desnecessários para o momento, evitar pânico e garantir a segurança sanitária dos técnicos, discentes e docentes da instituição, além da comunidade externa à UFS.

Suspensas as aulas, temos trabalhado continuamente na busca de alternativas pedagógicas e na construção de um quadro de rotinas de biossegurança que permitam, dentro de um quadro aceitável, o retorno das nossas atividades acadêmicas. E, assim como ocorreu e ocorre nas demais universidades do Brasil e do Mundo, o debate sobre os usos das novas tecnologias da informação e da comunicação, bem como o problema do acesso dos discentes à internet se apresentam como fatores cruciais para qualquer retomada. Na UFS, decidimos que não há outra opção a não ser enfrentar essas dificuldades.

Do ponto de vista institucional, a inclusão digital já é praticada na UFS de diferentes formas. Temos laboratórios de informática em todos os nossos campi e centros, num total de mais de 800 computadores distribuídos em aproximadamente 57 laboratórios, quase todos com acesso à internet.

Mesmo diante de cortes recorrentes de recursos, a Universidade Federal de Sergipe tem investido valores consideráveis para apoiar os seus alunos em situação de vulnerabilidade. Como previsto no Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES, o auxílio é realizado em ações denominadas “Apoio Inclusão Digital”, que têm como objetivo oferecer conectividade à internet através da aquisição de planos móveis ou fixos, além de conteúdos digitais. O apoio é oferecido como pecúnia a alunos e alunas, possibilitando a obtenção de acesso à internet ou de dispositivos complementares a esse acesso, no caso de internet fixa.

Além disso, neste momento, a partir de conversações entre a Pró-Reitoria de Graduação, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e a Superintendência de Tecnologia de Informação, a UFS está trabalhando para implementar o quanto antes a internet patrocinada, algo que permitirá que os dados que forem trafegados por dentro do aplicativo eUFS não sejam tarifados para os alunos.

O Apoio Inclusão Digital contemplou, somente neste ano, cerca de 3.400 alunos. O menor valor pago para a aquisição de pacote de dados foi de R$ 200,00, para 1.700 estudantes. Além deles, 984 alunos receberam R$ 600,00, enquanto outros 45 tiveram apoio de R$ 400,00. Também é preciso esclarecer que 612 discentes beneficiados no Programa de Residência Universitária (residências estudantis) foram apoiados. Cada um dos 102 núcleos residenciais, que já possuem pelo menos um computador cedido pela UFS, teve destinados R$ 2.000,00.

Os números acima, indubitavelmente, ilustram o esforço que a Universidade vem realizando para garantir a nossos alunos e alunas condições de acesso e permanência nos cursos de graduação que escolheram quando optaram por estudar na UFS, com importante trabalho da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, suas divisões e seus equivalentes nos campi do interior.

Evidentemente, os números relativos à vulnerabilidade revelam que ainda temos muito trabalho a fazer. Sabemos, no entanto, que em tão importante e tão desafiadora empreitada a Universidade Federal de Sergipe não está partindo do zero. É preciso seguir trabalhando e expandir as condições para que mais estudantes em vulnerabilidade socioeconômica sejam incluídos pelas ações institucionais."

Angelo Roberto Antoniolli é reitor da Universidade Federal de Sergipe.


Atualizado em: Sex, 05 de junho de 2020, 21:47
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